quarta-feira, 13 de julho de 2011

As Bodas de Caná


Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado com os seus discípulos para o casamento. 
Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. 
Estavam ali seis talhas de pedra que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. 
Com este milagre, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
João, 2: 1 - 11

Nesta narrativa, João relata a ausência de vinho na festa de núpcias, o que para os noivos seria motivo de vergonha e escândalo.
Assim sendo e havendo seis talhas de pedra vazias, destinadas às purificações rituais dos judeus, Jesus pede que se preencham com água. O ensino que tiramos deste texto é que água de purificação não é solução. É preciso transformá-la. É preciso também termos em conta a intervenção de Maria.  A mãe de Jesus que tendo percebido o problema não olha pelos lados para ver de quem era a responsabilidade de arranjar ou proporcionar a alegria da festa.
Com seu simbolismo, João não pretende realçar a relação amorosa mãe-filho, mas sim a relação de maternidade entre Maria e a humanidade. À Maria, Jesus responde: não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora. Jesus referia-se neste momento à hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte.
Apesar de não ter chegado a sua hora, Jesus faz como que um prelúdio, uma sinalização da sua “hora”, e associa a água, fonte da vida, ao vinho, fonte de alegria! O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.

E então retomando o tema da família que através das bodas nupciais se edificam como sendo, parafraseando o Concílio Vaticano II, o Santuário da vida e a célula da Igreja e da sociedade, pois a casa é a primeira escola, é a primeira experiência social e de Igreja, é o ninho de amor onde se edifica pessoas, a começar pelos pais, Jesus atende aos apelos de sua mãe. Faz algo extraordinário: Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho.
Falar de casamento em um mundo como o nosso onde existe a filosofia do ficar, sem compromissos definitivos, onde todos os homens e mulheres têm medo do compromisso para sempre é difícil, mas não impossível.
Pois neste texto João nos diz que o casamento é uma prova de que é possível casar-se para sempre quando o Mistério de Deus envolve toda a vida e preparação dos noivos. Sobretudo quando está presente Maria que, intercedendo pelos jovens e famílias já constituídas, pede a seu Filho que entra imediatamente em ação. 

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